ZN ROCK - Resenha por RockPotiguar.com

Decreto Final

ZN Rock 2008
Por Rodrigo Cruz

Ontem (sábado, dia 6 de setembro) aconteceu a terceira edição do ZN Rock, o mais tradicional rock na Zona Norte de Natal. Quase 200 pessoas estiveram presentes para ver The Volta, SeuZé, Decreto Final, Zero8Quatro, AK-47 e Rodubeck. Boa organização, algum atraso, cerveja, refrigerante e salgados baratos, e o melhor: rock de qualidade!

O GEMAC é uma espécie de Centro Comunitário, e fica por trás do Carrefour da Zona Norte. Um lugar simples, parte coberta, outra aberta para quem quer “levar um fresquinho” e bem ‘facinho’ de chegar. O som era o de Wagner, bem conhecido nos rocks da cidade, e não precisa mais provar a sua qualidade a ninguém. E o que se via era a galera do Decreto Final (que organizam o rolé) correndo de um lado para o outro para fazer essa festa ficar mais bonita.

Quando consegui chegar o meu relógio apontava 18:20 e o The Volta estava encerrando a sua apresentação. Como sou suspeito pra falar, é até bom não comentar mesmo…

As 18:40 o SeuZé começou o seu espetáculo. Tocaram com bastante força e peso e a galera presente estava de braços cruzados, prestando atenção nas suas melodias. Tocaram música do novo CD, como “Ana Razão”, novas músicas, como “A Louca Cinematográfica” e ainda fizeram o “Sai Galada”.

O show dos “donos da casa” aconteceu em seguida. Problemas técnicos na caixa da bateria resolvidos, pensei: “É agora que a galera endoida!!!”. Mas não foi. O conhecido público da banda parece que apenas uma parte se fez presente. Algumas rodas de pogo, algumas pessoas cantando suas músicas e um show com bastante energia, como de costume. Tocaram músicas conhecidas: “Deserto de Ilusões”, “Três Conceitos” (com a participação de um rapaz ali…) e “Seres Humanos”. Tocaram também novidades, como “Vida Mutante”. A galera gostou, mas parece que estavam guardando energia para algo…

Pois é… Esse “algo” era o Zero8Quatro. Não sei há quanto tempo o grupo não fazia um show na ZN, mas o público que estava ali era do Z8Q. Entraram em campo com o jogo ganho. No palco, despedida do baixista do grupo, Rafael Ribeiro, que passou em um concurso e está de malas prontas para morar em Salvador. Uma das guitarras estava à cargo de Leo Ventura, do Jane Fonda, músico convidado para este show. Alguns erros naturais que não comprometeram em nada. No público, uma galera cantando a todo gás todas as músicas executadas e quase duas centenas de almas lavadas…

Muitas pessoas foram embora, mas as que ficaram foram agraciadas com o melhor show da noite, AK-47. O último show que vi da banda foi há mais de um ano atrás, e já eram bons, mas não redondos. Como é o som da banda? Bem, eu ‘vi’ assim: Bateria nervosa, parece que Júlio estava batendo numa vaca com as baquetas. Renno e seu baixo são indescritíveis. Na maioria das vezes, não se exige muito que o baixista saiba tocar, mas quando exige, ele está ali mostrando serviço e ótima performance. As guitarras formam um paredão em uma parceria incrível. E o vocalista Juão, ator por formação, dispensa comentários. Se o AK é uma das revelações, o frontman é um dos melhores que já vi em solos potiguares, com sua voz grave e rasgada (sempre que precisa) e sua performance de gente grande. Foi peso e loucura, como uma rajada da arma de mesmo nome…

Era quase 22 h quando o Rodubeck subiu ao palco para encerrar o festival. Era a única banda que eu não conhecia o som. O power trio de cabeludos já começou fazendo muito barulho para as pessoas que resolveram ficar até o fim. O baixista do grupo mostrou uma vontade de estar ali, sempre pulando e tomando conta do palco. Quem estava lá na frente estava com um sorriso estampado no rosto.

Faltando uns 10 minutos para o fim do show, peguei o caminho de casa, pois o dia foi longo e cansativo. Cansado, sim, mas feliz por ter ouvido várias bandas de excelente qualidade em um evento na Zona Norte de Natal. Voltei para o meu lar com alguns versos na minha cabeça: “Seres Hiumanos, tão normais, tão diferenteees!!!”