Cristalina, obra daquela menina que veio de Recife para nos contar histórias do tempo em que convivia com a avó. Lulina sempre carregou a bandeira do lo-fi, gravando grande parte de suas músicas em casa. Ao longo dos últimos oito anos ela lançou dez álbuns, mostrando uma rara facilidade para compor. Dessa vez, gravou as músicas no estúdio da YB , com quem assinou contrato por alguns anos e por isso podemos esperar uma produção mais refinada. Além disso, o disco deverá, previsto para março, ter uma visibilidade maior do que seu antecessor, Aceitação do 14 / Aos 28 anos dei reset na minha vida, que saiu em poucas cópias, - distribuídas para amigos - e mesmo ouvido por poucos, apareceu em algumas listinhas de fim de ano.
Neste disco a ser lançado, Lulina deu caras novas a alguns de seus clássicos: não é exclusivamente um disco de inéditas. Atrasou um tempão, mas agora o lançamento parece certo.
Banda nova
A mudança mais significativa que rolou nesses últimos tempos foi o nome da banda que a acompanha, formada majoritariamente por amigos também: saíram os “Causadores”, entraram os “Agressivadores”. De férias no deserto do Atacama, Lulina achou tempo num cyber café para se refrescar e nos contar detalhes de seu novo disco.
Nome do disco
Cristalina.
Em que etapa da produção está
As músicas estão prontinhas. Já tem até uma rolando no seriado Alice da HBO. Mas a "bolacha" ainda vai ser produzida.
Quando sai?
Provavelmente em março. Despues do carnaval, que é quando o ano começa.
Musicas? Playlist?
Menino, a gente ta decidindo isso ainda. Temos dezoito músicas finalizadas. Íamos dividi-las em dois discos, mas parece que vamos lançar uma outra coisita mais compacta e completa mesmo, ou seja, vamos lançar as dezoito de uma vez, provavelmente. O set inclui músicas de todos os discos caseiros desde 2001. Fizemos uma seleção com as que mais definem esses oito anos de produção caseira. Estão entre elas: “Do you remember laura”, “Argumentos”, “Margarida”, “Subtexto”, “Música para colocar naquele som com despertador”, “Meu Príncipe”, “Balada do Paulista”.
Preocupações, excitações, animações, medos?
O disco demorou demais para ficar pronto. A princípio, achei isso brochante. Mas agora vejo que foi bom, porque acabou com uma expectativa que, no fundo, estava nos atrapalhando. Passou tanto tempo (três anos produzindo) que as pessoas pararam de perguntar pelo disco e a gente também. Ou seja: agora o disco vai sair e estamos tranqüilos, felizes e considerando esse lançamento quase como um dos nossos caseiros, porque não vai mudar nada. Se no inicio a gente achava que esse disco seria um marco pra um lance mais bem trabalhado, agora vemos que ele veio apenas para somar, pois as caseirices continuam e as gravações em estúdio vão também fazer parte desses experimentos, já que a YB me deu carta branca pra gravar idéias novas por lá sempre que quisesse.
Quem deve mixar/gravar?
Quem mixou foi o Cacá, junto com o Mauricio Tagliari, ambos da YB. Quem produziu o disco foi o Mauricio Tagliari e o Zé Guilherme (Missionários Jose - grande cara que agora também faz parte da banda), nos estudios da YB. Quem participou das gravações foram os Causadores (Léo Monstro - o meu braço direito -, Bruno e Six), com varias participações de amigos que já tocaram comigo em Recife, como Andre Edipo, Haymone e também alguns amigos que perambulavam pelo estúdio, cantarolando, gritando e fazendo bagunça, tudo devidamente registrado nas musicas. Foi tanta gente que se eu for citar todo mundo vou esquecer de alguém.
E quando estiver pronto...O que fazer?
Agora vem a parte mais divertida, que é decidir como lançar. Já temos alguns planos doidos, que incluem "pacotões" e "pacotinhos". Não quero lançar o óbvio, que seria o CD, queria correr para coisas que tivessem mais a ver com o espírito das gravações caseiras e dos shows também. Não vou adiantar nenhuma das maluquices, porque só no próximo mês vamos ter ideia do que podemos realmente produzir, em termos de custo mesmo. Mas acho que o disco será, no final, um gostoso "brebote".
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