sábado, 4 de outubro de 2008

APANHADOR SÓ (RS) - DISCO NOVO A CAMINHO



Conteúdo: Trama Virtual
Em 2006 pra 2007, todos ficamos bastante impressionados com uma banda gaúcha hippie-pop que parecia compor suas músicas andando, e cantarolando, de bicicleta por uma ensolarada Porto Alegre – não estranhamente, um dos elementos do peculiar aparato de percussão que a banda monta em seu palco é justamente uma Caloi véia, ou coisa assim.

O Apanhador Só lançou naquela época o ótimo EP Embrulho Pra Levar (hit “Maria Augusta” incluído), uma deliciosa suíte de cinco segmentos sobre os últimos tombos, festas e brisas adolescentes.

Desde então se prepara para o lançamento do álbum de estréia. Muita coisa aconteceu, inclusive uma ótima música (esta) gravada aqui na Trama, via 12 Horas, sem falar de shows, como este da foto no Milo, e da saída + chegada de integrantes.

O álbum-debute está dentro do forno e deve sair no começo de 2009. Prendados no negócio e espertos, os gaúchos lançaram uma campanha para a escolha do nome do álbum em sua comunidade no Orkut. Se quiser, pode ir até lá e votar também, inclusive.

Confira, portanto, nessa espécie de ultra-som, o que o frontman Alexandre Kumpinski diz a respeito do filhinho primogênito que vai nascer.

Em que estágio de produção o disco de estréia do Apanhador Só está?
Estamos gravando a primeira metade das músicas. Dividimos as 13 canções em dois grupos de gravação, pra nos focar mais em cada uma delas. Até então, tínhamos feito gravações ao vivo do repertório como parte da pré-produção, pra podermos escutar os arranjos sem estar tocando os instrumentos. Pode parecer besteira, mas isso faz muito diferença. A partir dessas gravações, nós da banda e o produtor do disco, o Marcelo Fruet, revimos (e continuamos revendo) as músicas pra gravar do jeito que mais vai nos agradar. É o nosso primeiro álbum, estamos sendo bastante cuidadosos, sabe como é. Tipo mãe de primeira viagem.

O que aconteceu de importante entre o final da época do EP e aqui?
Nós fizemos muitos shows, tocamos em várias cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, conhecemos muita gente legal, muitas bandas sensacionais, muitos lugares inspiradores e passamos por muitas situações tão memoráveis quanto bizarras. Atropelamos sem querer um pingüim em Santa Catarina e alguns antigos integrantes da banda foram morar no exterior, o que causou algumas mudanças na nossa formação.

Fale um pouco sobre as principais músicas que já existem?
"Maria Augusta", acho, foi a música que mais caminhou com as próprias pernas. Tocou bem pra uma banda independente em rádios boas aqui de Porto Alegre, é a que mais tem downloads na internet, vai entrar na próxima coletânea virtual do Urbanaque e é uma das músicas que o pessoal mais canta junto nos shows. Ajuda o fato de ela ter só 4 versos e meio, é verdade.

"Pouco Importa" também botou as perninhas de fora: entrou na coletânea latino-americana Porque Este Oceáno Es El Tuyo, Es El Mio, dos selos Si No Puedo Bailar e Midsummer Madness, junto com faixas de bandas independentes de toda a América Latina. Também teve clipe gravado pra fazer parte da programação do seriado gaúcho vidAnormal, o que deu mais visibilidade pra ela. Pouca gente até hoje entendeu o que diabos têm a ver uma garrafa, uma tarrafa, o mar e o fato de que alguém não sabe escrever, mas tudo se encaixa perfeitamente se analisarmos a letra com certa disposição abstrativa.

Todas têm nomes?
Algumas músicas novas ainda estão sem nome definitivo, então a gente dá apelidos pra elas, pra conseguirmos tocar todos a mesma música ao mesmo tempo nos shows. Por algum motivo, quase todos os apelidos acabam saindo com a letra P. “Parede”, “Pantera”, “Prédio” e “Peixeiro” são bons exemplos. A gente até pensou em mudar o nome da banda pra Panhador Só, mas além de ser uma idéia ridícula pelo óbvio do ridículo que ela é, a gente ainda perderia o privilégio de constar como primeira banda em muitas listas de bandas organizadas democraticamente por ordem alfabética por aí. Deixamos Apanhador mesmo, sem muita discussão.

Mas voltando ao assunto, a gente dá apelidos pras músicas e depois eu coloco um nome definitivo nelas, buscando alguma coerência com a canção. Por exemplo, o apelido “Pincel” acabou virando “Na Paleta de Um Bobo Também Bate O Vermelho-coração”. Acho que só eu gostei do nome definitivo, mas paciência. No final essa música acabou ficando de fora do repertório. Não por causa do nome. Eu acho.

Como vai chamar o disco?
Já deve ter dado pra perceber que o processo de batizar qualquer coisa que seja é meio complicado pra nós. Não está sendo diferente pra escolher o nome do disco. Pensamos em uns 18 nomes diferentes já, mas nenhum coube como uma luva, sabe? Então decidimos pedir ajuda pra quem mais entende de qualquer coisa sobre a nossa banda: o pessoal que freqüenta a comunidade da Apanhador no Orkut. Criamos um tópico onde as pessoas podem escrever suas idéias de nome pro disco. O tópico já tem mais de 100 posts, e alguns nomes são bem engraçados.

Quando vocês esperam lançar?
No primeiro semestre de 2009, muito provavelmente em maio.

Quais as expectativas uma vez lançado? O que vocês esperam acontecer de imediato?
As nossas expectativas são boas, claro. A gente quer lançar um disco que nos orgulhe de tê-lo gravado, e a gente espera que as pessoas gostem dele tanto quanto nós. De imediato, tomara que a gente viaje mais ainda pra tocar em todas as cidades em que ainda não tocamos e volte pras cidades em que já tocamos, e que mais pessoas ouçam e gostem da nossa música, pra que a gente se sinta ainda mais feliz por estar fazendo a música que a gente gosta de fazer, porque não há nada melhor do que se esmerar pra fazer o que se gosta e depois receber o reconhecimento por isso (ufa!).

Que tipo de obra vocês esperam/ acham que pode sair, falando, assim, mais esteticamente?
Ah. Pôxa... Sabe, difícil essa! As nossas músicas têm soado diferentes a partir das intervenções do Marcelo Fruet nelas. E era justamente isso que a gente estava procurando, sabe? Alguém de fora em quem a gente confie e que possa ouvir a nossa música e nos ajudar a mudar ela pra "melhor". Entre áspas, porque nunca se sabe ao certo quando se está melhorando ou piorando alguma coisa, né? Mas, enfim, o nosso som está mudando de novo, como já mudou outras vezes. E isso é maravilhoso, porque nunca poderemos saber onde isso vai parar. E como ainda estamos no início do processo de gravação, ainda é cedo pra concretizar qualquer comentário com um mínimo de segurança. Às vezes parece que a música está soando mais garageira, em alguns sentidos, mas depois entra algum elemento eletrônico, ou alguma percussão-sucata, ou alguma melodia mais abrasileirada na voz e então tudo se modifica e vira alguma coisa que eu não sei dar nome.

Quem produz/ onde tá gravando, ou gravou/ quem vai mixar/ masterizar?
Marcelo Fruet é o produtor e a gente vai gravar no estúdio dele mesmo, o estúdio 12experiênciasonora e em alguns outros estúdios aqui de Porto Alegre que têm alguma sonoridade interessante pra alguns instrumentos de algumas determinadas músicas. O Fruet mesmo mixa e depois a gente vai masterizar no Classic Master, em São Paulo.

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