domingo, 12 de outubro de 2008

BOOM BAHIA (BA) - COMO FOI? - PRIMEIRO DIA



Conteúdo: Dosol

Por Anderson Foca
Não dá para começar a falar do BoomBahia sem antes falar da incrível e lendária capital soteropolitana Salvador. Então antes de falar de shows vamos falar um pouco de cultura local. Estou hospedado no Corredor da Vitória bem perto do Campo Grande, uma espécie de centro cultural da cidade sem ser na parte histórica. Lugar onde acontecem as lendárias concentrações de trios elétricos no carnaval e que é de frente para uma das mais lindas visões que ja vi na vida: a Baía de Todos os Santos.
Como jé era de se esperar as pessoas são super simpáticas e alegres. Do Farol da Barra ao Pelourinho pude constatar isso.
O BoomBahia chega a sua 4ª edição numa política muito parecida com que o MIMO faz em Recife e o Festival Dosol começou a fazer ano passado nos seus eventos. Em vez de grandes palcos montáveis o festival investe em ocupação de espaços já existentes, e aqui na Bahia eles são dezenas. Nesta edição o festival ocupou com palestras, debates e shows o ICBA (prédio que é uma espécia de Aliança Francesa, só que alemão) e duas praças no meio do Pelourinho.
Num espaço excelente com sonorização ótima, boa luz e condições impecáveis para grandes apresentações aconteceu o primeiro dia do festival com cerca de 1.500 pessoas rotativas no espaço. Quem abriu os trabalhos foi o Vivendo Do Ócio (BA) e a molecada quase rouba a cena do festival inteiro com uma apresentação impecável. Fiquei muito impressionado com a qualidade das músicas e com a fluidez das composições e da apresentação. O som belisca o rock indie inglês dos Artic Monkeys mas sem parecer cópia. Foi a melhor apresentação do dia (Retrofoguetes é deus e não conta).
Os Culpados (BA) continuou o bom clima que na verdade postergou por todo o festival. Não tivemos apresentações ruins, todas as bandas mantiveram o nível e fizeram jus a ótima cena de bandas baianas. A surpresa dos Culpados foi ver dois caras do lendário Maria Bacana na formação.
Na sequência o rock de riffs, levadas rápidas e mensagens engajadas do Lumpen (BA) entrou em cena fazendo as rodas de pogo se abrirem na frente do palco. Gostei muito da intensidade do show, primordial para uma boa banda de rock rápido (hardcore?). A turma mostrou cancha e também foi um dos destaques da tarde/noite do primeiro dia do BoomBahia.
Os Imãos da Bailarina (BA) vieram em seguida, quebrando um pouco o ritmo das outras apresentações com um rock triste e cadenciado (lembrei muito do Tool em alguns momentos). O vocal grave do front man Theéo, dá um charme para apresentação, que se um pouco mais maturada pode andar bastante daqui para frente.
A Lou (BA) é outra banda que tem como força maior da apresentação uma excelente vocalista (que infelizmente não sei o nome - me ajudem nos comentários). O rock moderno e riffado da banda funciona bem ficando de ressalva só uma semelhança muito grande entre uma música e outra, mas que não chega a comprometer o resultado final.
O Theatro de Seraphin (BA) voltou a jogar um climão triste no palco do BoomBahia, só que desta vez as referências estavam todas nos anos 80 com guitarras cheias de chorus e levadas diretas. Foi o grupo que menos me identifiquei em toda a noite, mas sem dúvida um bom trabalho dentro da proposta sonora que eles se propõem a fazer.
Hora da única banda de fora de Salvador nesta primeira noite do Boombahia: o Sweet Fanny Adams (PE). Não tem muito para acrescentar ao que vocês já leram por aqui em outras coberturas sobre a banda. O grupo tem força, boas músicas, bons timbres e está azeitado por uma séria de apresentações Brasil afora. Show muito bom.
Jovens, por último veio a covardia da noite. Digo covardia porque o Retrofoguetes (BA) é um grupo que acorda de manhã e pensa: - Vamos ser a melhor banda do Brasil hoje? Se eles resolverem que sim é muito difícil tirar a coroa do trio. O espaço do show que ja estava cheio ficou absurdamente lotado, uma enorme roda de pogo se formou e o trio entra em cena com macacões vermelhos e o já conhecido bom humor do GUITAR HERO Morotó. Foi um absurdo completo ver o Retrofoguetes jogando em casa, com a platéia sofejando os riffs do grupo como se fosse uma melodia do axé local. Lindo de ver e só não foi perfeito porque o show não teve três horas. Se tivesse não seria exagero.
Fim de papo no primeiro dia e já aguardando o segundo. Amanhã a gente volta com mais.

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