quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PÉLICO(SP) FALA DE 2008



Conteúdo: Trama Virtual
Um pouco do que acho do disco novo do paulistano Pélico deixei registrado aqui neste Do Cafofo. É um tour bastante não-convencional por possibilidades sonoras e melódicas. De Flaming Lips a cancioneiros regionais do planeta, Pélico reinterpreta tudo de maneira "feelgood" e pessoal.

Bom, fora isso, temos a história de um cara normal da cidade que sempre se interessou por música pop e começou um dia a tocar. Gravou alguns discos, sendo este, O Último dia de um homem sem juízo, o terceiro enfim (leia).

Do que mais você precisa saber? Bom, se liga no que o próprio Pélico conta (esclarece, a bem da verdade) a respeito da obra. O cara parece feliz com o resultado, o que já sintetiza toda a história. Escute o álbum inteirinho aqui.

Dá pra notar um alto grau de self-making esculpido no disco, que é uma das coisas mais particulares que ouvimos no ano, nas letras e nas idéias. Você faz tudo sozinho na real? E outra: você se vê como outsider nessa cena atual paulistana e brasileira? Em que sentido?
É, realmente muita coisa desse disco foi feito dessa forma. Trabalho muito em cima das músicas. Quando estou compondo a melodia e a letra, já estou pensando no arranjo, no jeito de cantá-la, às vezes até na instrumentação. Gosto de chegar no estúdio com a estrutura da música fechada. Isso porém não significa produzir o disco e gravar todos os instrumentos. Não me considero um outsider, conheço vários artistas que trabalham de forma similar, que não contam com uma banda pra levantar um disco, eu quero dizer: compor e ensaiar as músicas, criar os arranjos, buscar a sonoridade e tal.

O disco é pensado como um brinquedo sonoro, bem peculiar, meio à Flaming Lips, tem muita coisa, muito arranjo e idéia convivendo. Não dá pra tocar ao vivo do jeito que está, talvez. Isso é interessante ou é frustrante? O que é tocar ao vivo para você?
Com o auxílio de um laptop, i-pod e mais algumas coisinhas, eu consigo levar pro show essa sonoridade, claro que em muitos lugares que toco não dá pra ouvir tudo isso, mas está lá. O palco é o lugar que você realmente aprende a tocar as músicas que gravou, e também é lá que você mostra o que sabe fazer. Ah, fora a diversão!!

Como o disco na real foi feito?
Comecei gravando as guias (guitarra e voz) em casa, depois mostrei pro Jesus Sanchez (produtor do disco), pra gente discutir a sonoridade, os instrumentos e o estúdio que gravaríamos a bateria. Feito tudo isso, chamamos o Loco Sosa (ex-Los Pirata, atual Curumin) pra gravar a bateria, o Régis Damasceno (Cidadão Instigado) e João Erbetta pra fazer umas guitarras adicionais. Teve também a Carina Levitan (ex-Apanhador Só) pra fazer umas percussões-sucata, Bruno Bona pra brincar com os sintetizadores e por aí vai…. No final, tínhamos muita coisa gravada, muita coisa pra escolher e editar. Lapidamos tudo isso, regravamos pouca coisa de voz-guia e fechamos o disco pra mixar.

Qual foi a parte mais excitante do processo?
A gravação da bateria. Foi ali que eu vi a cara do disco. Sabíamos (eu e Jesus Sanchez) que dali pra frente não teríamos mais volta. Hahaha.

Resuma 2008 em alguns termos pra você
Grandes surpresas e poucas decepções.

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