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Escrever sobre música é como procurar contextualizar a campanha de qualquer candidato. Talvez se possa entender que a proposta do Debate é meramente criar uma sonoridade de centro-esquerda que promova mudanças, mas sem romper com o conservadorismo e dar sobressaltos, respeitando as regras do mercado e, ao mesmo tempo, buscando novas vias de desenvolvimento. Isso, como sabemos, é ideal - mesmo que sejam apenas palavras.
Mas, afinal, será mesmo necessário perder tempo elaborando um belo discurso político? Ao ponto: Trata-se de um DUO calcado no que se convencionou chamar rock que chega a um entendimento antes de se reunir para tocar. Isso dá um possível sentido à palavra que escolheram para identificar o grupo. Seu trabalho partidário talvez possa ser representado através do Diagonal, quarteto paulistano que originou o grupo. Mas, direto e reto, a concepção do Debate é representar a soma de tudo que não fizeram antes.
Na frente de um espelho, eles julgam fazer uma música de discussão, baseada no que cada um tem a dizer. Música desgovernada, onde cada idéia faz parte de um grande discurso sonoro. O resultado é uma experiência viva, expressa em notas e ritmos – que não podem ser produzidas apurando votos ou influências externas. Sendo assim, acabo este discurso a promessa política do Debate: Criar uma música onde seja desnecessário buscar palavras para descrevê-la.
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