terça-feira, 25 de novembro de 2008

GOIÂNIA NOISE FESTIVAL - COMO FOI TERCEIRO DIA


Conteúdo: Dosol

Por Foca

GOIÂNIA NOISE ENCERRA EDIÇÃO 2009 COM 130 DECIBÉIS

130 decibéis machuca. É como se uma turbina de um avião estivesse em atividade num local fechado, que deve receber na sua lotação no máximo 4.000 pessoas. Foi assim que o Helmet castigou os ouvidos desavisados e ao mesmo tempo levou ouvidos mais roqueiros ao delírio no show de encerramento do Goiânia Noise Festival. É com todas as letras digo: o festival teve o encerramento que mereceu no mais insano e assustador P.A que já ouvi na vida!

Ainda pela tarde fui convidado pela produção para acompanhar a passagem de som dos americanos. Na volta pro hotel junto com o grupo perguntei pro Page Hamilton no meu inglês horroroso: Esse homi vai tocar Unsung né? Ele deu um sorriso e quis me maltratar respondendo que talvez!

Antes de chegar ao Helmet vamos ao que de melhor aconteceu durante o último dia do evento. De cara três baixas na nossa cobertura. Cheguei atrasado e não vi o Fígado Killer, Goldfish Memories e Heaven`s Guardian, três grupos goianos. Na sequência veio o Hillbilly Rawride mantendo a incrível tradição de bandas psycho do Paraná. O show foi bastante animado, o perfil do grupo é bem legal e foi divertido vê-los em ação, já que aqui pelo Nordeste praticamente não existem grupos com esse formato baixolão e violão envenenado. Muito bom.

Os Belgas do Motek mudaram o clima e jogaram muitos sons etéreos ao público do Noise. Com um técnico gringo dando show e um som perfeito, as guitarras e teclados do grupo tiveram muito impacto e combinou com o clima de ressaca que quase sempre assola o último dia dos festivais (ainda mais depois de um segundo dia matador no noise). Recomendo para quem gosta de Mogwai, Fóssil e afins.

Mais um bom grupo goiano veio na sequência: o Bang Bang Babies. As músicas ganchudas da banda fizeram a alegria e deram uma boa animada no público (que não deve ter passado de 1200 pessoas durante toda a noite). Talvez o grupo possa investir e dar uma trabalhada nas vozes, porque de background para empurrar boas músicas eles já são craques.

Não vi o The Ganjas do Chile. Fui tomar um folêgo e me poupar pro final da festa. O Mechanics, outro herói do rock goiano começou o show de forma acústica no Goiânia Noise. Achei até que não combinou com a mensagem “maldita” do grupo e seu líder Márcio Jr. Quando eles ligaram as guitarras esqueci tudo e aí sim vi o bom e velho Mechanics de sempre. Alto e feroz!

Também não vi o Loop B e já fiquei perto do palco para ver os Tormentos da Argentina, grupo muito legal que toca surf music instrumental poderoso. Meio repetitivo mas muito legal. Adorei ver os guitarristas chutando os pedais de reverb de mola e escutar o efeito doidão que causava. A Argentina foi muito representada nesse rock doido.

Daí para frente o pau comeu feio até dando alguns problemas no P.A, que chegaram ao seu auge no show do Claustrofobia (SP). Não fosse pela competência do técnico de som da banda, seria um fiasco. Metal sepultúrico, malvado e grunido. Bom demais o som desses paulistas. Mais uma paquera nossa pro Festival Dosol 2009. Bati cabeça de leve (bati cabeça pesado no Helmet).

Vi um pedaço do Periferia S.A e não assisti o Inocentes, tudo para esperar a PEDRADA da noite: Helmet!

Era perto de 2h da manhã as luzes se apagam, Léo Bigode entra, agradece e diz: vou falar mais porra nenhuma não, HELMETTTTTTTTTTT! Juro, parecia que tinha caído uma bomba dentro do teatro quando o quarteto começou o show num riff pesadíssimo e estacatado, bem caraterístico das composições de uma das bandas mais influentes dos anos 90.

O começo do show deu prioridade ao repertório mais recente e foi recebido com espanto pelos presentes (nessa hora não mais que 600 pessoas). Do meio pro fim veio o ataque com In The Meantime, Unsung, Wilma`s Rainbow e a música tema do filme O Corvo que foram só algumas das clássicas canções que Page Hamilton e sua turma interpretaram por mais de uma hora.

Peso e intensidade de uma banda que tem um senhor de 48 a frente da sua formação. Foi uma aula de rock, que aliás o Goiânia Noise Festival e a Monstro vem dando há muitos anos. Feliz de quem vem para sala de aula do rock e aprende como se faz. Parabéns Noise, parabéns Goiânia!

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