quarta-feira, 5 de novembro de 2008

PRIMEIRO DIA FESTIVAL DOSOL - POR ROCK POTIGUAR


Por Shilton Roque

Sábado de sol ou seria DoSol? Enfim, foi um dia que não sairá da memória do público natalense, dia de ver o que tem de melhor no cenário independente. E de rever uma galera que está fazendo as correrias do rock no nordeste. Natal durante este fim de semana foi a capital da música independente, tudo e todos estavam por aqui.

Vamos ao rock que é o que importa. Como precisei buscar um produtor de Maceió para levar ao festival acabei perdendo os 3 primeiros shows, mas muitos amigos presenciaram o rolé e vou colocar aqui as impressões dessa galera.

A galera ainda estava chegando e o Rock Rovers já estava no palco mostrando seu punk rock. A banda lançou na internet no dia anterior um EP, isso foi mais um motivo para o seu público comparecer logo cedo no festival. A banda apresentou uma grande melhora em seu som, mostrando um show bem mais maduro. Rock para alcoólatra nenhum botar defeito.

Fewell tocou um show todo certo, seu som melódico e bem feito foi mostrado da melhor maneira possível. Com seu som bem trabalhadinho e a molecada preparada para show fez a relação: músicas bem tocadas + som de qualidade = showzão. Como já citado na resenha da Quinzena Cultural, a banda teve algumas modificações na sua música e na formação.

O Lunares fez um show com melodias dramáticas, destacando o vocalista que dançou com a guitarra em uma das músicas. Foi um show marcado pela melancolia.

Foi só eu colocar o pé no Armazém e o show começar. Rosa de Pedra no palco e lá embaixo muita gente se balançando. Com muitos elementos da música regional, vários instrumentos percussivos e uma boa pegada no som, a banda fez a galera que estava no Armazém dançar e cantar os sons da galera. Um traço marcante da galera do Rosa de Pedra era uma certa performance teatral durante as músicas, algo que deixou o show mais interessante ainda. Bom show, gostaria de destacar o uso de instrumentos como rabeca e a performance citada anteriormente.

Termina um show a galera corre para o palco do DoSol para ver uma das mais “animadas” apresentações da noite. O Star 61 fez um show cheio de atitude e diversão. Em meio a “txu txu txus” e “ah ah ah ” o vocalista fazia a galera lá embaixo pirar com o som e a atitude da banda no palco. Para falar a verdade a atitude do vocalista, que ainda fez strip tease (com a ajuda do público) e tocou “Conga” da Gretchen, falou em travestis e fez seu protesto em algumas músicas. No fim da apresentação o DoSol parecia uma boate (boate gay). Resumindo em duas palavras o show da banda: diversão e atitude.

A Maratona do rock continua e a galera corre para o outro palco para ver o Camarones Orquestra Guitarrística. Rock instrumental da melhor qualidade, alguns sons conhecidos por qualquer rockeiro, mas o que deu a “estiga” no show mesmo foi o trabalho autoral da banda. O pessoal tocou muito Daniel tava com uma pegada na batera que eu nunca tinha visto, Kalango (uma das guitarras) instigado pacas também. Foi um show bonito de ser ver e ouvir. Banda formada por uma galera que toca muito, toca muito mesmo. As pessoas que estavam ao meu lado olhavam para o palco apontavam para os músicos e diziam: ” toca pra caralho”. Show à altura da noite desta edição do festival.

BarbieKill sobe ao palco e mostra um som repleto de elementos da música eletrônica, músicas com, letras escrotas e a platéia começando a pular do palco. Lá na frente tava rolando uma vibe legal, galera pulando e empolgada com o show, parecia até que estavam numa boate (coisa parecida rolou no Star 61, como já foi mencionado). Show animado, o clima do festival começa a esquentar, já não cabia mais ninguém em canto nenhum.

O The Sinks começa a tocar e uma coisa estranha acontece: uma galera começa a polgar na frente do palco, coisa que eu nunca vi num show do Sinks. Acho que foi fruto da empolgação da galera (talvez uma galera que ainda não conhecia direito a banda) diante de som que os caras fizeram sábado. Foi um show muito bom da banda, destaque para a participação do Chuck do Forgotenn Boys e para as músicas “You” e “Litlle Girl”. Deu para sentir uma energia bem diferente na hora dessas músicas.

Mais uma vez correndo de um palco para outro, encontrando amigos de todos os locais e alguns goles fui ver o show do Macaco Bong. Posso me sentir um privilegiado por ter assistido 2 shows dessa banda em uma semana. O que eu tenho para escrever aqui em relação ao som dos caras é o que escrevi na resenha da quinzena da xubba(vide http://rockpotiguar.com.br/?p=539). A diferença é que no festival o público foi bem maior, logo a energia que rolou naquele ambiente foi potencializada, som bem feito, ótima presença de palco, fazendo com que a galera ficasse de bobeira lá embaixo. Mais uma vez na semana aplausos e gritos fervorosos para o Macaco Bong aqui em Natal.

MQN sobe ao palco e pude ver um dos melhores shows da noite. Zoada grande, barulho do bom e do melhor. Com o vocalista sem soltar de forma alguma a latinha de cerveja a banda mostrou porque é um dos principais nomes do rock independente e porque é que tem toda essa bagagem. Ótimo show. No geral, posso destacar como ponto forte a guitarra e os vocais ( já tinha escutado alguns áudios da banda e ficava de bobeira com o vocal, mas pensava que tinha efeitos demais e no ao vivo não seria daquela forma, pois é no ao vivo é do mesmo nível, na mesma instiga).

Os pernambucanos do Amp entram em cena lá no palco do Centro Cultura Dosol para mostrar o porquê de estar correndo em todos os festivais esse ano. Nem parece que foi criada há tão pouco tempo. Com um som um tanto quanto “barulhento”, de qualidade, muita qualidade. O Amp passou pela 2a vez esse ano para galera de Natal seu som repleto de influência do stoner rock, e com bastante técnica.

Uma das atrações principais do primeiro dia do Festival DoSol foi a banda paulista Forgotten Boys. Com um repertório envolvente, a banda paulistana conseguiu empolgar o público com um repertório de músicas tanto clássicas, quanto novas, já que estavam na tour de lançamento do seu cd “Louva-a-Deus”. Galera amontoada na grade de proteção e cantando todas as músicas, foi muito bonito ver isso. Ao término do show, não satisfetos, o público pediu bis, e eles voltaram pra tocar Ramones, tocando fogo no público e preparando para o que ainda estava por vir.

Os goianos do Black Drawing Chalks fizeram um show que muitos que estavam no festival perderam pois estavam garantindo algum bom lugar para o show do The Donnas, mas para uma galera ávida por novidades a banda fez um show bem redondo, rock até o talo, fazendo perdurar o clima que já vinha desde o show do MQN, fazendo assim uma sequência destruidora: MQN, AMP, Forgotenn e os dito cujos por fim.

Cordas do baixo cor-de-rosa, toalhinhas no palco e muita gente disputando lugares na grade de proteção,ou seja, o The Donnas vem por ai. Subindo ao palco umas rockeiras gringas e gatas que para completar tocam muito. Destaque para a baterista que interagia com a galera o tempo todo e a vocalista que se sentia em casa. Pessoas jogando cueca no palco, além de óculos, camisa e um histerismo jamais visto no Festival DoSol. A galera gritava mesmo e cantava as músicas das donas. Histerismo que para mim foi até demais por parte da galera. Mas o show foi bem redondinho, com alguns pequenos problemas técnicos mas nada que tirasse o brilho. Fechou com chave de ouro a primeira noite do festival (e que primeira noite!) que como já foi dito no iníco da resenha não vai sair da memória do público. Show literalmente ímpar.

Junte tudo que foi dito com as fotos do festival (em breve!) e você vai poder retirar o saldo do que realmente foi a 1ª noite do festival.

PS: Agradecendo a Kaká (Fliperama) que me passou um pouco das 3 primeiras bandas e o Henkeo (produtor de Maceió) que falou um pouco do início do Forgotten.

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