segunda-feira, 24 de novembro de 2008

GUSTAVO (FORGOTTEN BOYS) FALA SOBRE NOVO DISCO DA BANDA


Conteúdo: Trama Virtual
Foto: Ana Mazzei
O Forgotten Boys, talvez um dos mais ilustres representantes do "rock realmente roqueiro" da cena brasileira, lançou, não faz tempo, um novo disco. Sem jamais deixar de exaltar os cânones (não só os do rock, mas também os do folk de aço e os do blues americanos), a banda continua a perseguir e habitar, com Louva-a-deus, um ideário de sonoridade e inconseqüência (o sentido aqui não é pejorativo) inventado mais ou menos em 1955, com James Dean.

Esse ideário, a juventude, virou música (o rock, de fato), já sofreu mutações, virou lei, virou do avesso, deixou vários frutos culturais. Será que ela está embolorado, envelhecido? Em todo caso, a banda procura encontrar o máximo apuro dentro desses "limites" do estilo e considera ter realizado seu melhor, mais independente e mais experimental álbum. Sobre esses assuntos, Gustavo Riviera falou à TramaVirtual.

O que vocês queriam exatamente quando gravaram Louva-a-deus?
Exatamente, fazer o nosso melhor disco e poder experimentar coisas novas. Procuramos fazer as músicas com calma, composições diferentes do que já havíamos feito. Tínhamos um repertório de umas 25 músicas e com o (famoso produtor) Apollo Nove fomos eliminando e ficando com as que ele achou mais interessantes. E ter a experiência de gravar com o Roy Cicala, que deixou o disco com uma sonoridade bem nova pra banda.

Esse disco, o que ele tem de diferente e melhor do que os anteriores?
Ele tem bastante coisa diferente em todo o processo, desde ser o primeiro que lançamos sem gravadora, sem selo, até o processo de composição mais livre, com menos preconceito. Ficamos ensaiando e compondo em uma fazenda, isso trouxe uma união maior na banda e as execuções das músicas são bem naturais e melhores. A gravação é a mais experimental.
Tem músicas em português bem melhores do que no anterior. É o nosso melhor disco.

Ouvindo agora o resultado, houve algo inalcançado, alguma frustração?
Não há porque eu ficar pensando nisso agora.

O rock é sujo e visceral? Continua sendo até qual idade (do público e dos músicos)?
Acho que isso são características de uma banda ou outra, não necessariamente isso define o rock, mas se é disso que está falando, não sei a idade não, nos nossos shows há gente de 60 anos e de 15 anos.

Enche o saco essa idéia de banda "roqueira" ao extremo, essa coisa cheia de mulheres, farras e sensibilizantes? Ou vocês ainda curtem muito isso e a idéia/ imagem que isso sugere?
Sim, chega a encher o saco. Todos estamos sujeitos a ser rotulados, o cara da bossa nova tem que gostar de Copacabana, o do reggae tem ser maconheiro, o advogado tem que ser filho da puta e o gato, desapegado.

Vocês têm se encaminhado para caminhos diferentes nas “carreiras solo” de cada um, um exemplo é essa interação com Mallu Magalhães, Vanguart no projeto Hélio and Zé. Mas parte tudo da mesma esfera de origem, que é Dylan, Lou Reed. O que vocês acham disso, e desses encontros?
Às vezes é bom interagir, amar o ser humano, isso só tem como ser bom. Já fizemos interações com várias espécies como Hurtmold, Nasi, Cida Moreira, etc... Algo nos uniu e não foi a mesma esfera de origem.

Quando vocês pensam na música de vocês hoje, o que definitivamente preocupa vocês?
Se ela nos satisfaz.

Elenque suas três faixas preferidas do álbum e contem um pouco sobre cada uma delas.
“Don't be afraid”, foi composta como blues, gravada com reggae e é um rock. “Leaving”, foi composta como soul, gravada como heavy metal e é um rock. “Got my eyes” foi composta como soul, gravada como garage e é um rock “Quinta-feira”, foi composta como proto-punk, gravada como pós-punk e é um rock.

Mais sobre o disco aqui: forgottenboys.uol.com.br/

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